quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sinto, logo...

Não escrevo há seculos. Há tanto sentimento acumulado que ja não sei descrever, e nem é por não saber por onde começar, mas por não saber mais fazer isso. Eu sinto milhares de palavras indo e vindo, chorando e rindo e não sei coloca-las de forma de se entender. Me perco em ondas cerebrais que causam um roboliço, algo mais conhecido como "borboletas no estomago". Tão poéticas e tão trágicas. Na minha adolencência eu adorava sentir essas tais borboletas, me esforçava para tal e hoje vejo que não sei mais controla-las. É tudo absurdamento fora de foco, são tantas sombras e tantos pontos de luz que fico desnorteado, imaginando um jeito de juntar tudo e fazer aquela colcha de retalhos, repleta de momentos, sorrisos, olhares, perfumes e tudo mais que eu cultivei. E cultivei pois se não o fizesse, o passado simplesmente não existiria, como de fato não existe, mas nós, na nossa gana de se apegar em coisas que nos fazem reais, em especial, eu, cultivo o passado, com gotas de lágrimas e de fluidos de saudade, que escorrem por todos poros. Puxando nessa linha, me pego pensando se realmente existimos... Descartes cita o famoso "penso, logo existo" e me vejo inclinado a questionar isso, claro sem a arrogância de achar que sou o único ou primeiro. Mas não vejo razão nessa existencia e isso me torna uma pessoa mais angustiada. Me coloco entre crescer, ter filhos, passar ideias, valores e também em viver as sensações para ter o melhor do que essa "experiencia" me proporciona. Mas também me questiono se isso tudo é realmente uma experiencia, se a existencia se torna real quando pensamos e se as borboletas realmente existem e se devem mesmo incomodar como me incomodam. Só tento me mater são. Tento me fazer real em pequenas coisas, as mais gostosas. Em balas de goma laranja, em suspiros em canto de ouvido, em um copo de cerveja ou simplesmente um abraço quente. Se sou ou não real não vou descobrir agora e nem faço questão mas sinto, logo, o riso. ou o choro. Juan Carlos,